A tentativa da oposição de levar o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, ao Congresso para prestar esclarecimentos sobre a ampliação do seu patrimônio resultou em dez requerimentos protocolados no Congresso.
Dos dez pedidos em tramitação, nove estão na Câmara e um no Senado. Todos querem a presença do ministro em comissões da Casa. Os requerimentos ainda precisam ser analisados pelas comissões, que só voltam a se reunir a partir da próxima terça-feira (24). Além desses dez, há outros relacionados ao caso Palocci, mas que pedem a convocação de outras pessoas.
DEM, PPS e PSDB concentram a autoria dos pedidos. O líder do DEM, deputado ACM Neto (BA) é responsável por dois requerimentos que pedem a convocação direta de Palocci para explicar sua movimentação financeira. Segundo informou na edição do último domingo(15) o jornal "Folha de S.Paulo", Palocci ampliou o patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010, período em que exerceu mandato de deputado federal.
ACM Neto também pede a convocação do presidente do Conselho de Controle e Atividades Financeiras (Coaf), Gustavo Rodrigues, para “explicar os mecanismos de fiscalização adotados pelo conselho” nas ações feitas pela empresa de Palocci.
Em nota divulgada na quinta-feira (19), o Ministério da Fazenda negou que o Coaf tenha enviado à Polícia Federal um relatório comunicando que a empresa do ministro realizou uma operação financeira suspeita na compra de um imóvel.
Outro requerimento, protocolado pelo deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), pede explicações de sócios da consultoria Projeto, da qual o ministro possui 99,9% do capital.
Segundo ACM Neto, a oposição ainda estuda outras estratégias, além dos requerimentos, a fim de conseguir explicações do ministro da Casa Civil.
“O objetivo de multiplicar requerimentos é conseguir a presença do Palocci em ao menos uma comissão. Queremos um arsenal de requerimentos para garantir as explicações. Desde o começo, achamos que tem coisa errada e não vamos desistir das explicações”, afirmou ACM Neto nesta sexta ao G1.
Também nesta sexta, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse ao G1 que está fazendo um trabalho junto às comissões na tentativa de convencer os parlamentares a rejeitar os requerimentos. Uma das propostas, que pedida uma sessão para que Palocci prestasse esclarecimentos já foi rejeitada pelo plenário.
“Estamos trabalhando, conversando com cada deputado. A oposição vai querer a convocação, mas nós não aceitamos porque não é preciso. Não tem motivos para esta convocação”, afirmou o líder do governo.
Comissões e código
As reuniões das comissões da Câmara que vão analisar os requerimentos estão marcadas para a próxima semana. A única que se reúne na terça-feira (24) é a Comissão de Constituição e Justiça. As demais, se reúnem na quarta-feira (25).
A expectativa da oposição é que a votação do projeto do novo Código Florestal, marcada para a próxima terça-feira, não seja adiada para quarta. Pelo regimento da Casa, enquanto a ordem do dia é aberta no plenário da Casa, todas as reuniões das comissões são suspensas.
“Queremos já ter resolvido tudo do código na terça, para que na quarta todas as comissões possam votar os pedidos”, disse ACM Neto.
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