sexta-feira, 30 de março de 2012

PSDB envolvido em mais escandalos

Dois ex-servidores comissionados da Appa dizem que suas nomeações e exonerações ocorreram em função da pré-campanha do PSDB à prefeitura de Paranaguá. Depoimentos de dois ex-servidores da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) reforçam a suspeita de que cargos da autarquia do governo paranaense estavam sendo usados para beneficiar o pré-candidato do PSDB à prefeitura da cidade, Alceu Maron Filho. A Gazeta do Povo entrevistou dois ex-ocupantes de cargos comissionados da Appa. Eles contam que receberam propostas para usar o cargo em favor das articulações políticas de Alceu ou que trabalharam no escritório do tucano no horário de expediente.



O pré-candidato tucano não tinha nem tem cargo na Appa, mas é primo do ex-superintendente Airton Maron, exonerado no último dia 16 pelo governador Beto Richa (PSDB). A denúncia de uso eleitoral de cargos na Appa está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual (MP).
Interesses eleitorais
A ex-funcionária comissio­­­nada na Appa Nazareth Abel de Lima contou à reportagem, em entrevista gravada, que sua indicação e exoneração do cargo ocorreram por interesses eleitorais do pré-candidato do PSDB. Nazareth fez a mesma denúncia nesta semana ao MP.
Quando Airton Maron assumiu o porto, em janeiro de 2011, Nazareth já ocupava havia um ano cargo comissionado, durante a gestão dos ex-governadores Roberto Requião e Orlando Pessuti (ambos do PMDB). Ligada a movimentos comunitários de Paranaguá, a mulher recebeu a proposta para permanecer na vaga. Segundo ela, quem fez a proposta foi Alceu.
O convite teria ocorrido durante o período de transição de governo, após a eleição do governador Beto Richa, em 2010. E teria sido formulado, segundo Nazareth, porque ela ajudou na campanha eleitoral de Alceu à prefeitura em 2008. A recondução dela ao cargo ocorreu em 6 de janeiro de 2011 para ocupar a função de secretária de departamento.
Nazareth contou ainda que, em julho do ano passado, foi procurada no porto por uma pessoa ligada a Alceu que lhe informou que ela teria de pagar uma taxa. O dinheiro seria destinado “àquelas pessoas que foram colaboradoras da campanha de Alceu Maron Filho e não foram contempladas com cargos”.
Ela disse que não chegou a ser informada sobre o valor contribuição, pois foi exonerada logo depois, em agosto. A demissão ocorreu, segundo Nazareth, após ela ser convocada a comparecer ao escritório político de Alceu. A ex-servidora disse que, na ocasião, foi informada pelo pré-candidato do PSDB que precisava do cargo que ela ocupava.
“Ele [Alceu] falou que estava precisando do cargo para uma negociação partidária. Falou que precisaria fazer uma composição partidária para a eleição deste ano”, disse ela. A mulher afirmou que Alceu a tranquilizou sobre sua saída com a promessa de que não preocupasse “porque seria um rodízio [de cargos]”.
Em 31 de agosto de 2011, a exoneração de Nazareth foi publicada no Diário Oficial. A mesma edição do Diário divulgou a nomeação, para o mesmo cargo, de Fabiano “Jamanta” Ribeiro Oliveira – à época presidente do diretório municipal do Partido da República (PR) em Paranaguá. Jamanta, em entrevista à Gazeta do Povo, também disse que sua nomeação teve objetivos eleitorais.
A ex-servidora Nazareth afirmou ainda que, em janeiro deste ano, voltou a ser procurada por uma pessoa que teria sido enviada por Alceu. “No final de janeiro, me ofereceram um cargo no Hospital Regional do Litoral [vinculado ao governo estadual] a partir do mês de março, mas com a condição que eu teria que ‘vestir a camisa’.” “Eu preciso continuar trabalhando, mas não posso aceitar esse tipo de convite”, disse ela. Um detalhe importante: Alceu, assim como na Appa, não tem cargo no governo para fazer esse tipo de indicação.
Vaga de R$ 22 mil
A Gazeta do Povo, no último sábado, informou que um comerciante de Paranaguá denunciou ter pago R$ 22 mil como “pedágio” ao presidente do PSL da cidade, Ênio Campos Silva, para ocupar um cargo em comissão no porto. Em entrevista gravada à Gazeta, Silva negou a cobrança. Mas disse que Alceu lhe ofertou duas vagas no porto em troca de apoio político. Depois, o dirigente do PSL, voltou atrás e negou a oferta do tucano.
Via Gazeta do Povo

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