terça-feira, 6 de março de 2012

PM's do Paraná são afastados por torturarem jovem deficiente


A Polícia Militar do Paraná (PM) assumiu, no final da tarde desta segunda-feira (5), que integrantes da corporação de fato participaram das agressões cometidas contra um jovem deficiente de 19 anos, no sábado (3), no bairro Uberaba. A informação foi confirmada pelo porta voz da PM, major Antônio Zanatta Neto.
Segundo a PM, dois policiais foram identificados e serão afastados a partir desta terça-feira (6). Até hoje, nunca havia sido registrada alguma denúncia contra os dois.
O Comando da PM informou também que um inquérito policial foi aberto. “Efetivamente ocorreu excesso por parte dos policiais. Vamos ouvir a vítima e os policiais. Temos 40 dias, prorrogáveis por mais 20, para isso”, explicou o major ao G1/PR.Segundo o major Zanatta, o servente de pedreiro Ismael Ferreira da Conceição foi abordado no bairro Cajuru por uma viatura da PM que não tinha nenhum tipo de ligação com a ação no Uberaba.
Zanatta informou ainda que não recebeu a denúncia que chegou à OAB e que assim que isso ocorrer, as informações poderão ser anexadas ao inquérito policial. “Somos os mais interessados (...) nós precisamos esclarecer todos os fatos”, disse o major.
Tortura
A denúncia feita pela Comissão de Direitos Humanos da seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesta segunda-feira, partiu de policiais militares durantea continuidade da ocupação do bairro Uberaba, no sábado para a implantação da UPS - Unidade Paraná Seguro. Em entrevista à Banda B, a vice-presidente da comissão, Isabel Mendes, disse que Ismael ficou desaparecido por cerca de cinco horas e voltou para casa com sinais de tortura.
Isabel diz que o rapaz foi abordado por duas viaturas policiais e levado para um local afastado. “O rapaz é negro, mas é possível identificar queimaduras por eletricidade, o que indica que ele pode ter sido submetido a seções de choque”, disse.
Segundo o relato do jovem, ele teria apanhado e ficado durante horas no porta-malas de um carro. Isabel conta que a mãe de Ismael afirma que policiais foram na casa dela para amedrontar a família.
“Nós da OAB vemos a UPS como um projeto necessário, mas não desta forma, que inclusive deixa a comunidade temerosa com a ação da policia”, completou Isabel.
Com informações do site da Banda B e G1Pr

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