Cristiana Lôbo/ G1
Na manhã da ultima quarta-feira, o destino de Carlos Lupi parecia selado no Palácio do Planalto. Ele deveria seguir o roteiro dos colegas e pedir demissão, conforme informavam assessores da presidente Dilma Rousseff. Até que ele pediu uma audiência e foi para o Palácio do Planalto, discretamente – tendo dispensado o carro oficial de ministro para não chamar a atenção da imprensa. Na audiência com a presidente, ele explicou que não havia mentido, como mostravam as reportagens dos últimos dias, pois teria como provar que não viajara em avião pessoal de ninguém – tampouco do diretor da ONG Pro Cerrado, Adair Meira.
Foi quando a presidente Dilma Rousseff pediu uma ligação para o ex-presidente Lula. Feita a ligação, ela colocou o telefone no sistema de viva-voz e os três começaram a conversar. Lula perguntou ao ministro:
-Rapaz, o que está acontecendo aí?
Lupi respondeu o que havia dito a presidente: que as denúncias eram infundadas e que poderia comprovar que não viajara em avião do representante da ONG e, portanto, não teria cometido erro algum.
– Então, resista e não peça demissão! recomendou Lula do outro lado da linha.
Assim, Carlos Lupi ganhou sobrevida no cargo de ministro do Trabalho. E prometeu apresentar ao governo (o que deverá fazer pela imprensa) a nota fiscal do fretamento do avião em que visitou cidades do Maranhão em dezembro de 2009, quando era ministro de Lula.
O que não se sabe é se a sobrevida será de apenas um dia ou se será até janeiro, quando Dilma Rousseff pretende fazer a reforma ministerial para substituir os ministros que vão disputar as eleições do ano que vem – e aqueles que ela avalia de baixo desempenho.
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