Da Tribuna do Interior/C.Mourão Tiago Fialho |
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Restos humanos foram encontrados no interior do cemitério |
Há três semanas uma perna, possivelmente humana, foi encontrada ao lado de um saco plástico no interior do cemitério municipal São Judas Tadeu, em Campo Mourão. No início chegou-se a acreditar que o membro poderia ter sido extraído de uma das carneiras. Após intensa vistoria, a conclusão foi de que nenhum túmulo foi violado. A partir daí surgiu a possibilidade de que a perna pode ter sido arremessada pelo muro. Diante de todo o mistério, algumas perguntas ainda pairam no ar: onde está o dono da perna? Ela é realmente humana?
O problema é que o caso está parado. Ontem, o diretor administrativo do Instituto Médico Legal de Campo Mourão, Milton Scheibel, afirmou que os legistas não podem analisar a perna sem uma devida autorização e, ao mesmo tempo, solicitação da Polícia Civil. “Só periciamos depois de uma ordem da polícia. É no pedido deles que vamos analisar o que eles realmente querem”, disse. Scheibel se refere a detalhes do membro que podem dar provas e pistas aos policiais. “No pedido vão nos informar se querem saber se é de homem ou de mulher, e assim por diante”, explicou. Por enquanto, a gaveta da câmara fria do IML, contendo a perna, continua fechada. Nem fotos foram permitidas.
Cesar Antônio Gaspari, policial civil que está à frente do caso, informou ontem que está aguardando a perícia do IML. Para o seu espanto, ele não sabia que o instituto ainda aguarda a ordem da 16ª SDP para periciar a perna. “Não consegui verificar se o pedido realmente foi feito. Para mim a solicitação estava certa”, disse. De acordo com ele, somente depois que os legistas informarem detalhes do membro é que as investigações tomarão corpo. Ele também disse que há uma possibilidade da sacola contendo a parte do corpo ter vindo de fora da cidade. Mesmo assim, um detalhe chama atenção: dificilmente o dono da perna está vivo, principalmente, porque ela veio com partes da bacia.
Scheibel disse que, quando a ordem da perícia chegar, a análise pode sair no mesmo dia. “A pressa é nossa”. Embora se trate apenas de uma perna, ainda sem dono, o caso pode dar margem para uma investigação maior. Isso porque o fato pode trazer à tona pistas de um novo crime, uma pessoa assassinada e porque não dizer, até esquartejada. Mas isso depois que os dois órgãos, IML e Polícia Civil, se entenderem. Ontem, a reportagem da TRIBUNA tentou por inúmeras vezes falar com o delegado chefe da 16ª SDP, José Aparecido Jacovós. Ele estava em Engenheiro Beltrão.
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