sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Gasolina a mais R$ 3 por litro em Curitiba

Da Gazeta Do Povo

Governo sinaliza reajuste dos combustíveis nos próximos dias e sindicato admite alta de pelo menos R$ 0,19 no litro



Felipe Rosa/ Gazeta do Povo / A refinaria da Petrobras em Araucária: câmbio e alta no preço do óleo tornaram urgente o aumentoÉ questão de tempo para que a gasolina de Curitiba ultrapasse a marca de R$ 3,00 por litro. Com a confirmação do governo federal de que o preço do combustível praticado no Brasil está defasado, a expectativa de donos de postos é de que a Petrobras reajuste o preço em pelo menos 7% nas próximas semanas. O Sindicombustíveis-PR, que representa os donos dos estabelecimentos do estado, calcula que o impacto no preço da gasolina seja de R$ 0,19, mas alguns empresários do setor afirmam que o aumento pode chegar a R$ 0,30 por litro da gasolina. Assim, o preço médio pode pular dos atuais R$ 2,81 para até R$ 3,11.

Os estabelecimentos não sabem ao certo quando o aumento será anunciado pelo governo, mas o novo valor deve chegar às bombas nas próximas semanas. O óleo diesel também seria afetado. O governo planeja aumento na ordem de 4% a 5% para o produto. Em Curitiba, o consumidor pode ter que pagar até R$ 0,10 a mais por litro do produto.
O aumento do preço nas refinarias deve ser repassado na íntegra para o consumidor final. “Não há margem para absorver qualquer aumento de preço. O aumento é inevitável. O lucro vem da quantidade e não da margem”, afirma Fabiano Zortéa, proprietário de uma rede de cinco postos.
Atualmente, a margem média de lucro embutido por litro de gasolina vendido nos postos de Curitiba é de R$ 0,42 (ou 14,6%), de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo.
Esta seria a segunda grande alta nos preços em três meses na cidade. Em novembro, às vésperas do feriado de finados, o preço médio da gasolina saltou de R$ 2,46 para R$ 2,77 o litro.
Inevitável
O presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese, afirma que a alta é inevitável. No ano passado, a Petrobrás informou que a defasagem do preço no mercado interno chegava a 15%, mas o governo federal tinha recomposto parte disto com o corte total da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Agora sem a Cide, a elevação vai chegar aos postos.
“O governo tem sido resistente à questão, principalmente por conta da inflação, mas não tem como segurar mais”, explica.
O proprietário do posto Sprenger, José Sprenger, explica que o reajuste já é esperado há um bom tempo pelos empresários do setor. “A Petrobrás deixou de investir para cobrir a diferença de valor. Com isso, o caixa da estatal está prejudicado e a cadeia produtiva, no limite”, afirma.
O economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), explica que além da valorização do preço internacional do petróleo, o câmbio agravou a situação. “Não tem como segurar. O temor é que os postos se aproveitem para promover altas acima do reajuste”, afirma. Ele explica que, caso a alta estimada pelos postos de até 10% se confirme, o impacto do reajuste no IPCA poderia chegar a 0,4%.


 

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