quarta-feira, 11 de julho de 2012

Campo Mourão: Professor de futsal é preso acusado de abusar dos próprios alunos


O delegado chefe da 16ª Subdivisão de Polícia Civil, José Aparecido Jacovós, apresentou na tarde desta terça-feira (10), Ricardo Cristiano de França, 30 anos, acusado de abusar sexualmente de seis meninos entre 7 e 12 anos. De acordo com o delegado, o rapaz era responsável por uma escolinha de futsal, que funcionava nas dependências de um colégio municipal, no Jardim Alvorada. “Nos depoimentos, os meninos afirmam que existia abuso, inclusive tem até caso com penetração”, afirma Jacovós.
A prisão temporária de França, conhecido também por “Soneca”,  foi realizada ainda no dia 26 de junho deste ano, por crime hediondo. “Os relatos dos garotos são bastante comoventes, as mães estão muito revoltadas. Nós já entramos com um pedido de prisão preventiva”, frisa o delegado.
Segundo Jacovós, o acusado presenteava as crianças para ganhar a confiança. “Ele padronizava algumas chuteiras com o nome dos meninos, organizava rodadas de video game na casa dele, fazia pipocada, assistiam filmes, dava doces… Tudo para escolher a vítima mais vulnerável, então começavam os abusos”, detalha o delegado.
O suspeito ficou calado na hora que foi apresentado à imprensa, mas o delegado diz que, em depoimento, França negou os abusos. “Ele disse que não tocava nas crianças, só quando se machucavam é que ele lavava, massageava, colocava a camisa por dentro do short, nada mais.”
Conforme o delegado Jacovós, o acusado deve ser enquadrado por abuso de incapaz e também por falsidade ideológica. “Na casa havia um garoto de nove anos que morava com ele. O menino o chama de pai, mas ele não é o verdadeiro pai, apenas registrou a criança em seu nome. Nós ainda estamos investigando como ele conseguiu isso”, complementa o delegado.
Além das crianças ouvidas, a Polícia Civil ainda deve ouvir todos os outros garotos da escolinha. “São cerca de 30 meninos matriculados, com carteirinha e tudo. Uma grande parte é de Peabiru e devem ser ouvidos pelo delegado daquela cidade. É possível que apareça mais vítimas”, acrescenta Jacovós.
O delegado informou também que França ameaça as vítimas. “Há indícios que ele vinha cometendo esses crimes há dois anos. Ele fazia uma lavagem na cabeça das crianças, ameaçava de morte, dizia que conhecia a família e que se abrissem a boca, sofreriam.”
De acordo com Jacovós, Soneca não tem antecedentes criminais e também não é concursado e nem contratado da prefeitura. “Alguém vai ter que explicar o fato de um professor, que não é funcionário público, usa as dependências de um colégio”, frisa.
A Polícia encontrou na casa de França um tablet que deverá ser verificado. “O aparelho está travado e será encaminhado à perícia para quebrar a senha. É possível que tenha alguma outra prova no equipamento”, finaliza o delegado.
(Fernando Lorenzzo)

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