O ex-deputado federal Gustavo Fruet abriu uma nova etapa da eleição para a prefeitura de Curitiba ontem, ao oficializar a sua saída do P
O próximo passo para a definição do cenário será a escolha de um novo partido por parte de Fruet. No entanto, na entrevista coletiva em que apresentou sua carta de desligamento do PSDB, ontem, Fruet afirmou que deverá tomar essa decisão apenas nos próximos meses. Pelo calendário eleitoral, ele tem até setembro para se filiar à legenda pela qual disputará a eleição. Nos bastidores comenta-se que a maior probabilidade é que Fruet desembarque no PDT do ex-senador Osmar Dias.
Uma das principais dúvidas é saber se Fruet passará a algum partido que integra a base da presidente Dilma Rousseff. Isso parece provável até em função de as outras siglas estarem quase todas já na base do governador Beto Richa (PSDB), que deverá ser o principal cabo eleitoral de Luciano Ducci.
Reeleger Ducci para a prefeitura significa muito mais para Richa que o cumprimento de um acordo firmado entre eles em 2004. Manter Ducci à frente da administração municipal garante ao governador contar com a máquina da administração municipal para tentar a reeleição em 2014, quando Richa pode disputar o Palácio Iguaçu com a ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT).
Assim, a perda de Fruet, dizem os cientistas políticos consultados pela reportagem, pode beneficiar justamente o PT de Gleisi e representar um tiro no próprio pé dos tucanos, que não permitiram sua candidatura pela legenda. “Estão aproximando um candidato hábil eleitoralmente, que é o Gustavo, do governo federal. Hoje não existe esta proximidade, mas parece ser inevitável”, diz o professor de Ciência Política, Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná. “Beto corre o risco de perder a prefeitura de Curitiba para um partido da base do governo federal”, completa Cervi.
Cerrando fileiras
Fruet e Ducci são considerados, de longe, os candidatos mais viáveis para 2012. “Pelas pesquisas de opinião já feitas, a eleição tende a ser polarizada entre os dois, por Ducci tem a máquina da prefeitura e Fruet tem o trabalho político”, diz Ricardo Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Para Fabrício Tomio, também da UFPR, apesar da polarização, PT e PMDB não podem ser descartados. “A eleição que vem pode ser mais aberta, apesar de o Ducci não ter a mesma densidade do Richa. É possível que seja uma eleição em dois turnos. Não duvidaria que houvesse mais candidatos críveis.”
Os dois candidatos que podem aparecer na disputa com votação mais expressiva, pelo que indicam as pesquisas até o momento, são Ratinho Jr. (PSC) e Rubens Bueno (PPS). Presidente estadual do PSC, Ratinho Jr. foi o deputado federal mais votado da história do Paraná em 2010, com 358 mil votos. O deputado federal Rubens Bueno, presidente do PPS no Paraná, conquistou 20% dos votos válidos para a prefeitura em 2004. Bueno diz que o PPS deve ter candidato próprio.
O PMDB, que até agora tem em Rafael Greca seu pré-candidato, também é alvo de atenção de Fruet e Ducci. Outra dúvida é se o PT poderia apoiar diretamente Fruet, que foi um crítico ácido do governo petista.
Ontem, no mesmo dia que Fruet concedia a entrevista para anunciar a saída do PSDB, Ducci deu ontem uma demonstração de prestígio ao conseguir reunir 34 dos 54 deputados estaduais num almoço. No evento, o presidente da Assembleia e vice-presidente do PSDB, deputado Valdir Rossoni, rasgou elogios a Ducci. Mauro Moraes (PSDB), Fabio Camargo (PTB) e Gilberto Ribeiro (PSB) não compareceram. Ducci tratou de ligar ontem para estreitar a relação com os três.
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